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Postado em 27 de Junho às 18h22

Agronegócio brasileiro em alerta: o efeito dominó da guerra no Oriente Médio

A escalada das tensões entre Irã e Israel, somada ao envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito, começa a gerar impactos concretos no agronegócio brasileiro. A dependência externa de insumos estratégicos, especialmente fertilizantes, coloca a produção agrícola sob pressão em um cenário de instabilidade geopolítica.

O Irã, um dos principais fornecedores globais de ureia — fertilizante essencial para diversas culturas — tem sofrido bombardeios contínuos. Nos primeiros dias do confronto, os preços internacionais da ureia registraram alta de cerca de 4%, movimento que reflete incertezas quanto à oferta do produto no mercado global.

Com cerca de 85% dos fertilizantes utilizados no país sendo importados, o Brasil é particularmente vulnerável a variações externas. Em 2024, estimativas apontam que entre 17% e 19% do volume adquirido veio do Irã. Os preços atuais, variando entre US$ 399 e US$ 435 por tonelada, já sinalizam aumento significativo no custo de produção, especialmente para culturas como milho e soja.

A valorização do petróleo, que ultrapassou 7% no início do conflito, contribui para a elevação dos custos logísticos, afetando desde o transporte marítimo até o valor final dos fretes e insumos agrícolas. A possível instabilidade no Estreito de Ormuz, rota estratégica para o comércio global, gera preocupação adicional. Um eventual bloqueio ou restrição na região poderia afetar tanto a chegada de insumos quanto as exportações brasileiras de carne, milho e soja.

Produtos brasileiros voltados ao mercado halal, como carnes bovina, suína e de frango, enfrentam instabilidade diante da tensão no Oriente Médio, que inclui países tradicionalmente compradores desse segmento. A insegurança pode comprometer contratos e volumes exportados, afetando um setor que movimenta bilhões de dólares anualmente.

Em reunião com representantes do setor, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, teria ressaltado a necessidade de revisar projeções econômicas e agir com cautela diante do cenário internacional. Segundo relatos da Federação de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a preocupação do governo se concentra no aumento dos fertilizantes e na possível interrupção de rotas logísticas.

O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, informou que mantém diálogo com parceiros estratégicos — como China, Estados Unidos e União Europeia — para assegurar fontes alternativas de insumos e reduzir prejuízos ao agronegócio nacional. A postura diplomática brasileira segue neutra até o momento, priorizando a estabilidade comercial.

 

Fonte de pesquisa: noticiasagricolas.com.br
 

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